Resumo do texto
- Entenda o que é a Marcação a Mercado;
- Descubra o objetivo e a importância desse conceito;
- Veja todas as regras da Marcação a Mercado.
A marcação a mercado, ou MaM, é um conceito fundamental no mundo dos investimentos, principalmente para quem busca a segurança da renda fixa. Ela desempenha um papel crucial na avaliação de ativos e na gestão de riscos.
Para você que não quer perder dinheiro e deseja entender quando e como se desfazer dos seus ativos, é fundamental entender a marcação a mercado.
Saiba como funcionam as flutuações de preços dos seus títulos de renda fixa e como a MaM impacta diretamente no seu bolso!
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O que é Marcação a Mercado?
A Marcação a Mercado (MaM) é uma técnica que determina o valor atual de um ativo, levando em conta as variações do mercado, e não apenas o preço pago quando foi adquirido.
Diferente da marcação na curva, que atualiza o valor do investimento pela rentabilidade, aqui o mercado é soberano na formação dos preços.
Ao saber o valor real dos ativos, os investidores entendem melhor suas posições e tomam decisões mais conscientes.
Além disso, ela é uma prática comum em vários mercados financeiros e exigida por reguladores para garantir que as instituições mantenham uma representação fiel de seus ativos e passivos.
Quais elementos influenciam a MaM?
As variáveis que afetam o preço dos ativos são:
A compreensão desses elementos é crucial para entender como a MaM funciona e como ela pode ser afetada por diferentes cenários econômicos e financeiros.
Oferta e procura
A relação entre a quantidade de ativos disponíveis e o interesse dos investidores em comprá-los pode afetar significativamente o preço de mercado. Além disso, esses dois fatores têm ligação direta com as variáveis, como liquidez, inflação e taxa Selic.
Quando a demanda por um ativo é alta e a oferta é baixa, o preço tende a aumentar, afetando a marcação – e levando a uma queda nas taxas. Inversamente, uma alta oferta com baixa demanda pode levar a uma queda no preço e na marcação, com uma alta na taxa.
Liquidez
Ativos mais líquidos tendem a ter uma marcação menos volátil, ou seja eles são mais previsíveis. Ao serem negociados constantemente, não dependem da posição de poucos donos dos títulos para controlar o preço.
Por outro lado, ativos com menor liquidez podem apresentar maior volatilidade na marcação, já que mudanças na oferta e demanda podem ter um impacto maior no preço – em títulos com menor liquidez, poucos agentes têm maior poder de negociação.
Imagine dois produtos: uma casa e uma barra de chocolate. Como é mais fácil comprar o segundo do que o primeiro, e há mais barras de chocolate à venda do que casas, seu valor tende a ser mais constante e menos incerto. A barra de chocolate sempre vai ter mais liquidez que a casa.
Inflação
Os índices de inflação – sejam eles IPCA, IGPM e semelhantes – muitas vezes são âncoras de reajuste, com prêmios adicionais de risco no caso de títulos Índice +.
Imagine que um título custa R$ 1000,00, com juros atrelados à inflação +3% a.a. Ele sempre terá ganho real. Porém, caso o Brasil passe por deflação – como ocorreu em 2022 e em alguns meses de 2023 – o rendimento pode começar a ser corroído. Se o cenário permanecer por muito tempo, nem o rendimento adicional fará diferença.
Assim, a inflação tem uma correlação direta com títulos vinculados a ela, e tende a ter uma correlação atrasada com aqueles relacionados à Selic.
Taxa Selic
Assim como a inflação, a taxa Selic é fundamental na precificação dos juros de títulos, tanto públicos quanto privados. Ela atua como um mecanismo de controle da inflação, onde cenários de alta inflacionária levam ao aumento da taxa Selic.
Os títulos atrelados à Selic se movimentam de acordo com as determinações do Banco Central e as expectativas do Copom. No entanto, é importante destacar que a marcação a mercado afeta mais os títulos prefixados. Nesse contexto, a Selic atual tem sua relevância, mas as taxas futuras, expressas na curva de juros, são mais determinantes.
Por exemplo, um título prefixado 2029 do Tesouro pode pagar uma taxa de 10,80% a.a., mesmo com a Selic em 13,25% a.a. Essa aparente discrepância se deve às expectativas do mercado, refletidas na curva de juros, de que a Selic vai cair no futuro. Assim, os títulos não respondem diretamente à Selic corrente, mas sim às projeções e expectativas do mercado em relação à trajetória futura da Selic.
Mercado externo
Eventos e condições econômicas globais podem afetar a MaM. Flutuações nas taxas de câmbio, políticas monetárias de outros países e crises monetárias internacionais são exemplos de fatores externos que influenciam a marcação de ativos no mercado nacional.
A globalização e a interconexão dos mercados tornam a MaM sensível a essas ocorrências, refletindo mudanças no cenário econômico global.
Mercado nacional
Mudanças nas políticas fiscais e monetárias e condições econômicas do país podem afetar a percepção dos investidores sobre o valor dos ativos e, consequentemente, sua marcação.
A estabilidade política e econômica pode fortalecer a confiança dos investidores, enquanto a incerteza pode levar a volatilidade na marcação.
Qual o objetivo da MaM?
O principal propósito da marcação a mercado é fornecer uma avaliação precisa e atualizada dos ativos e passivos de uma instituição financeira ou de um portfólio de investimentos.
Ao ajustá-los ao preço atual de mercado, a MaM oferece uma visão clara e transparente do valor real dos ativos, permitindo uma gestão de risco mais eficaz e uma tomada de decisão mais informada.
Ela também promove a transparência e a integridade no mercado financeiro, pois exige que as entidades avaliem seus recursos de maneira justa e objetiva. Isso ajuda a evitar manipulações e distorções nos preços, garantindo que os investidores tenham acesso a informações precisas e confiáveis.
A MaM é frequentemente exigida por reguladores e órgãos de supervisão para assegurar que as instituições financeiras estejam em conformidade com as normas e regulamentações aplicáveis.
Marcação a mercado e marcação na curva: quais as diferenças?
Critério de Comparação | Marcação a Mercado (MaM) | Marcação na Curva |
Base de Avaliação | Condições atuais do mercado | Curva de juros teórica |
Sensibilidade | Alta às flutuações de preço, oferta e demanda, e taxas de juros | Baixa às flutuações de curto prazo |
Tipos de Ativos | Variedade de ativos, incluindo ações, commodities, etc. | Comumente usada para ativos de renda fixa como títulos e obrigações |
Visão do Valor | Dinâmica e atualizada | Mais estável e focada no longo prazo |
Fatores Considerados | Preço atual, oferta e demanda, taxas de juros, entre outros | Rendimento esperado no futuro, descontado uma taxa de juros específica ou acompanhando um índice |
Perfil de Investidor | Adequado para investidores que buscam uma visão mais atualizada e estão dispostos a assumir mais riscos | Adequado para investidores que buscam uma avaliação de longo prazo e têm um perfil de risco mais conservador |
Vantagens | Mais atualizada, reflete o valor real de mercado | Menos volátil, fornece uma visão mais estável do valor dos ativos |
Desvantagens | Pode ser volátil e sujeita a flutuações de curto prazo, gerando eventuais perdas | Pode não refletir o valor real de mercado em um dado momento |
Quais investimentos sofrem influência da marcação a mercado?
A MaM afeta vários ativos, desde renda fixa, variável até os fundos de investimentos. Ela reflete a necessidade de uma avaliação precisa e transparente, que permita aos interessados entender o valor real de suas aplicações e tomar decisões informadas.
Renda Fixa
Títulos públicos e privados são diretamente influenciados pela MaM. A avaliação desses ativos é feita com base no preço atual de mercado, que pode ser afetado por fatores como taxas de juros, inflação e condições econômicas.
A MaM permite que os investidores vejam o valor real desses ativos em um determinado momento, refletindo as mudanças nas condições de mercado e fornecendo uma base sólida para a tomada de decisão. Produtos que refletem a curva incluem, mas não se limitam aos CDB’s, LCI’s e LCA’s.
Renda variável
Ações e commodities também são afetadas. Muitas vezes negociados em bolsa – que é, a grosso modo, uma “marcação à mercado contínua”, esses ativos são caracterizados por sua volatilidade.
O que se espera deles é que sofram variações de preço devido a mudanças na oferta e demanda, condições econômicas, resultados dos ativos subjacentes e outros fatores.
A MaM sintetiza essas flutuações, avaliando eles com base no preço atual de mercado e fornecendo uma visão consensual de seu valor.
Fundos de Investimentos
A marcação dos fundos de investimentos é feita com base:
- No valor de mercado de seus ativos subjacentes, refletindo as mudanças nas condições de mercado e fornecendo uma avaliação precisa do valor do fundo;
- Na oferta e procura do fundo, com os saques forçando o exercício de posições compradas e/ou vendidas, o que pode impactar seus resultados.
Isso é essencial para a gestão do fundo e para os investidores, que podem tomar decisões informadas com base em uma avaliação precisa e transparente.
Como a Marcação a Mercado se conecta com o Tesouro Direto?
A Marcação a Mercado (MaM) tem uma conexão direta e significativa com o Tesouro Direto, programa do governo brasileiro que permite a compra e venda de títulos públicos federais por pessoas físicas.
A MaM é aplicada aos papéis do Tesouro Direto, refletindo o valor atual no mercado. Isso significa que, se um investidor decidir vendê-lo antes do vencimento, o total recebido será determinado pela MaM, com base no preço de mercado naquele momento.
Essa conexão entre a MaM e o Tesouro Direto destaca a importância de entender as flutuações do mercado e como elas podem afetar o valor dos títulos. A MaM reforça a liquidez e a eficiência do mercado, facilitando as transações e promovendo a confiança dos investidores no sistema.
Entenda as novas regras da MaM para a renda fixa
A nova Marcação a Mercado (MaM) é uma transformação significativa nas normas de aplicações financeiras, especialmente para renda fixa. A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (ANBIMA) implementou essas alterações com o objetivo de melhorar a transparência e a clareza no ambiente de investimentos.
A principal mudança está na forma como o preço do título e o patrimônio do investidor são apresentados. Agora, as instituições financeiras são obrigadas a mostrar o valor do investimento atualizado periodicamente, permitindo que o titular saiba quanto é possível obter ao vender a aplicação naquele momento.
A mudança na marcação a mercado é obrigatória e automática, afetando títulos como CRI e CRA, debêntures e títulos do Tesouro Direto.
A atualização dos preços não precisa ser diária, mas deve ocorrer no mínimo a cada mês. A ideia é trazer mais clareza para os investidores, evitando erros na estratégia e surpresas na hora da venda.
No entanto, o preço atualizado não garante que a venda ocorrerá por aquele valor, pois podem incidir taxas e outros descontos.
Vale ressaltar que as novas regras não alteram a forma como os investimentos rendem ao longo do tempo, nem a forma de investir em renda fixa, mas sim a apresentação dos dados, tornando-os mais atualizados e transparentes.
Como a marcação a mercado afeta os investidores?
A marcação a mercado afeta os investidores de várias maneiras, influenciando tanto a avaliação de seus investimentos quanto suas decisões. Ao avaliar os ativos com base no preço atual de mercado, a MaM fornece uma visão clara e atualizada do valor real.
Isso permite uma visão mais assertiva do desempenho e facilita a tomada de decisões. Em suma, ter a marcação a mercado em mente é um jeito de garantir que você esteja sempre do lado certo do lucro!
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